Para chegar à Prefeitura passamos por uma prova de obstáculos. Primeiro, prévias no PT, em fevereiro de 2000. A maioria me escolheu candidato. O outro postulante, Orlando Fantazzini, mais adiante somou-se à nossa campanha que enfrentava como principais concorrentes Paschoal Thomeu e Jovino Cândido.
Não comecei a maratona bem posicionado nas pesquisas, estava em volta dos 9% de intenção de voto, e os principais concorrentes apareciam na nossa frente. Tive dificuldades de ter o vice, já que no PT Orlando não aceitou e algumas outras figuras petistas convidadas, também não quiseram. Luís Roberto Mesquita, então filiado ao PPS, também não aceitou. Fomos para mais uma decisão dos filiados do PT para escolher a candidatura a vice entre Eneide, a escolhida, e Edmilson Souza. Por sinal, ambos são hoje vereadores e pessoas que tenho em altíssimo conceito.
Os debates da prévia em que concorri no PT foram muito bons. Para eles, elaborei uma proposta de programa de governo da cidade, que depois serviria de base ao programa de governo que apresentamos à população na campanha. Naquela época, as prévias se fundamentavam em intensos debates políticos, às vezes tão duros que deixavam cicatrizes nas relações pessoais, mas não tinham nenhuma interferência de poder econômico. O máximo era mobilizar todos os carros dos militantes para buscar as pessoas filiadas com direito ao voto.
A vitória nas eleições da chapa do PT, Elói prefeito/Eneide vice, começou a se delinear pelo mês de setembro quando atingimos mais de 40% das intenções de voto. Thomeu vinha em segundo, com uma vantagem de mais de 10% em relação a Jovino. Não tivemos nenhum protagonismo na reviravolta que alterou o segundo colocado. Nas vésperas do primeiro turno os promotores públicos entraram com uma denúncia eleitoral contra Thomeu, que repercutiu na TV Globo, e que, se ao final do processo não deu em condenação, alterou o quadro eleitoral. Vencemos por pequena margem no segundo turno. Porém, só na próxima segunda-feira farei mais comentários sobre a campanha.